sexta-feira, 9 de março de 2012

Aeroporto de Joinville, 30 Anos de Operação Comercial Com Jatos

Introdução

Domingo de chuva fina, feriado municipal de aniversário de 131 anos de fundação da cidade de Joinville, 9 de março de 1982. Nessa época o aeroporto ainda não possuía VOR. O GPS ainda era um sonho distante e o aeroporto contava apenas com dois NDB como auxílio a navegação. Apesar da garoa fina, havia muita gente no aeroporto para testemunhar o momento histórico. Mas, ao contrário de algumas empresas que hoje operam por aqui, a pioneira não decepcionaria. Mesmo com a chuva, por volta de 13h00, pousa no aeroporto o primeiro voo comercial com uma aeronave a jato.

Boeing 737-200 da Varig

Era um Boeing 737-200 da Varig, empresa que retomava os voos para nossa cidade após deixar de operar por algum tempo. Estava inaugurada uma nova era no transporte aéreo em Joinville.


Parte I - Os Primeiros Anos

Até meados dos anos sessenta a Varig operava em Joinville com voos diários ligando a cidade a São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, através dos voos 642, 643, 648, 649, 730, 731, 746, 747, 748 e 749. Nessa época o país tinha perdido algumas empresas aéreas e, entre as restantes, as maiores eram Varig, Cruzeiro, Vasp e Transbrasil. Poucas rotas no Brasil eram feitas com aeronaves a jato e o equipamento que predominava eram as aeronaves turbo-hélice. A Varig utilizava nos voos para Joinville inicialmente os Douglas DC-3 e Curtiss Commando C-46, ambos a pistão, e a partir da década de 60, o Avro-748 (HS-748/BAe-748) apelidado na Fab de Álvaro, turbo-hélice. A Cruzeiro utilizava o Namc YS-11 apelidado na Vasp de “Samurai”. Com a compra da Cruzeiro pela Varig em 1975, a Varig passou a utilizar os “Samurai” em seus voos para Joinville. Eram os voos RG130/131/132/133 que ligavam São Paulo, Joinville e Itajaí. A segunda metade da década de 1970 foi marcada por uma mudança nos equipamentos usados pelas empresas aéreas que passaram a utilizar aeronaves a jato nas linhas domésticas, sendo a única exceção a Varig, que utilizaria os Lockheed Electra II exclusivamente na ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo até meados da década de noventa. Como muitos aeroportos não estavam preparados para receber as novas aeronaves, em 1976 o Ministério da Aeronáutica criou o Sitar, Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional, com o objetivo de ligar os pequenos aeroportos aos maiores através de novas empresas que utilizariam aeronaves menores. Também foi uma forma de promover a venda do Bandeirante, EMB-110, primeira aeronave fabricada pela então novata Embraer. Foram criadas as empresas regionais Tam, Votec, Taba, Nordeste e Rio-Sul, sendo esta última a responsável pelo transporte de passageiros nas regiões Sul e Sudeste. Com a retirada de serviço dos últimos Avro e Samurai, o aeroporto de Joinville deixava de ser servido pela Varig/Cruzeiro e a Rio-Sul assumia os voos com seus Bandeirantes. A Infraero, que havia assumido a administração do aeroporto em 1974, iniciou a partir daí a ampliação da pista de pouso para permitir a operação de aeronaves a jato. O piso seria reforçado e a largura da pista passaria a 45 metros mantendo o comprimento de 1640 metros, inalterado até hoje. Durante a reforma da pista o aeroporto deixaria de receber voos comerciais por muito tempo.


Curtiss C-46 PP-VBM da Varig (Acervo do Aeroclube de Joinville)

HS/Avro-748 PP-VDV da Varig (Acervo do Jetsite)

Namc YS-11 PP-CTF da Cruzeiro (Acervo do Jetsite)



  
Gilson Silveira

Joinville Spotting

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